quarta-feira, 27 de julho de 2011

Insônia e as cartas que eu não mando.


Sempre tive mania de escrever,não me lembro ao certo quando isso começou.
No início eu gostava de escrever coisas bem meladas que eu chamava de meus "poemas".Quanta modéstia da minha parte,ai... Para piorar eu achava que eram poemas bons ,e fazia questão de escrever em um bom caderno de capa dura.Escrevia sem preocupação e sem crítica e muitos desses escritos eram sobre sentimentos ou de pseudo-romances que vivia ou não.Tudo nesses "escritos" tinha que ser muito passional,intenso, trágico,praticamente uma Scarlett O'Hara de tão dramática.
Em alguns momentos gostava de escrever trechos de músicas,e pasmem já até enviei para o "moçoilo da vez".E para ajudar ainda coloquei a autoria do compositor errada,que Deus me perdoe a minha falta de cuidado,mas na época não existia o Google e eu devia me achar muito "esperta" para não buscar a fonte correta né? Mas entre um escrito e outro existem minhas noites de insônia e as cartas que eu não mando.
As cartas que eu não mando podem ser classificadas em vários quesitos:

Cartas "Sintomáticas"

Geralmente essas são de momentos de raiva ou histórias mal resolvidas, são parecidas com sintomas de doenças como por exemplo: Isso dói pacas,me deixa com dor de cabeça constante,coração acelerado,algumas vezes até náuseas dependendo da intensidade.

Carta "Pseudo-Filosóficas"

São cheia de "por que ?? "

Cartas estilo "Quiz"

Cheias de perguntas e acompanham alternativas para as respostas.

Carta estilo "Clichê"

Em muitos momentos os clichês são necessários e inevitáveis .:(

Poderia ficar aqui citando vários outros quesitos ,mas o fato é que essas cartas que eu não mando,me tiram o sono em muitos momentos.E isso deixa em mim uma mistura de Chá de Boldo,Scarlett O'Hara e principalmente com uma aparência de Urso Panda Borocoxô.

As Cartas Que eu Não Mando

Leoni
Composição: Leoni, Luciana Fregolente


Rio de Janeiro
Hoje é 23 do 3
Como vão as coisas
De mês em mês
Eu me sento pra escrever pra você
Eu reformei a casa
Você não soube disso
Nem das outras coisas
Sabe eu tive um filho
Faz tempo que eu me perdi de você
Guardo pra te dar
as cartas que eu não mando
Conto por contar
Eu deixo em algum canto
Eu vi alguns amigos
Tropeçando pela vida
Andei por tantas ruas
São estórias esquecidas
Que um dia eu quis contar pra você
Eu fico imaginando
Sua casa e seus amigos
Com quem você se deita
Quem te dá abrigo
Eu me lembro que eu já contei com você
Guardo pra te dar
as cartas que eu não mando
Conto por contar
Eu deixo em algum canto
E as pilhas de envelopes
Já não cabem nos armários
Vão tomando meu espaço
Fazem montes pela sala
E hoje são a minha cama
Minha mesa, meus lençóis
E eu me visto de saudades
Do que já não somos nós
Guardo pra te dar
as cartas que eu não mando
Conto por contar
Eu deixo em algum canto
Resultado estou mal humorada e triste.

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